Quando um vampiro poderoso possui planos de
aumentar seus poderes, alguém precisa pará-lo. Acompanhe a história dos irmãos
Styrman e de seu envolvimento com o mundo sobrenatural.
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TAVERNA
Parte 07 – Batalhas
“Aquele
que pergunta pode ser um tolo por cinco minutos. Aquele que deixa de perguntar
será um tolo para o resto da vida”.
Provérbio
chinês.
Resumo
do capítulo passado:
Hunter e o grupo de Kaarlo chegaram à conclusão de
que Tuuli é uma Desperta; Apesar de Rose Rome ter avisado Luisa Libros sobre um
mal que se aproximava, Luisa e as irmãs Calientes acabaram vítimas de Gunnar;
Chantageado por Hunter, o grupo de Nooa foi para Al Simhara atrás de
Akhenaten e de uma velha lâmpada. Descobrem sobre o “Quadro de Nefertari”, que
tinha sido vendido para Gunnar; O pai de Bete Simovitch é usado em um ataque
contra a base militar de Riverview. Tarja aproveita o ataque para ajudar Max e
Anton a escapar da prisão; Tuuli foge da base com a ajuda de Erion, o
unicórnio. A jovem Styrman vai ao encontro de Gunnar para abrir o portal vivo
chamado Rhaluk; Daniel Wang tenta salvar Bete da vampira Dina, mas as coisas
complicam para os dois adolescentes.
Residência dos Simovitch.
- Ora, ora, ora,... Duas testemunhas?
Precisamos cuidar disso, não concordam? Eu sei o que posso fazer com vocês... –
Dina sorriu, maldosa.
- Não vai fazer nada com eles, criatura! –
Lucky Perkins entrou no quarto, carregando uma arma, desafiando Dina e dando a
ordem para os dois jovens: - Saiam daqui!!! Saiam agora, crianças!!!
- Não, nãoooo! Mãe! Mãeeeeeeeee!!! – Bete
ainda tentou ir para perto de Dona Fátima, mas foi puxada por Daniel. Nenhum
dos dois adolescentes conseguia enxergar a natureza sobrenatural de Dina,
apenas Perkins. A visão dos dois jovens era apenas a de uma mulher, uma Sim
comum, que atacara ferozmente a mãe da garota.
- Nossa! Mas que tolo você é, velho! Não sabe
com quem está lidando. – Ela riu, acreditando estar diante de um civil, não de
um Desperto.
- Eu sei o que você é, vampira! E não vai
fazer mais nenhuma vítima aqui! – Ele disse, com seu forte sotaque caipira.
Então ela riu: - Então você é um Caçador?
Ora, ora,... – Ela não demonstrava medo. – Eu vou acabar com você, velhote!
- Então venha e tente, maldita! – Lucky deu
alguns tiros nela, mas percebendo que as balas não causavam dano à criatura, jogou
a arma para longe e partiu para cima da Inumana, antes que ela lhe atingisse
com um raio que começou a emanar de uma de suas mãos.
A luta foi terrível e violenta, mas rápida.
Perkins estava perdendo feio, estava
seriamente machucado, mas em um momento decisivo de pura sorte, um golpe que
ele deu, em Dina, a fez afastar-se dele com terror nos olhos.
Ele não sabia, mas tinha acabado de dar um
golpe raro naquela criatura. Um golpe que pouquíssimos Caçadores conseguiriam
repetir, um golpe que não exigia a canção ritualística para que aquela vampira
não retornasse mais. Mas Lucky jamais saberia disso. Apesar de ser um Desperto
e enxergar os Inumanos, ele não tinha sido encontrado pela Organização Heng1.
Dessa forma, sem treino, sem conhecimentos sobre esses seres, ele nunca saberia
o nível de boa sorte que ele teve naquele momento.
1 Organização
dos Caçadores. Heng foi o fundador.
Dina, recém-transformada, também não estava
numa situação melhor do que a dele. Apesar de Gunnar ter lhe alertado para ter
cuidado com os Caçadores, ela subestimou a situação. Então, quando foi acertada
de maneira mortal, ela experimentou um medo que só se comparava àquele que
sentira quando o viking a atacou em Barnacle Bay. Então sentiu dor, muita dor,
enquanto virava pó diante do homem aterrorizado.
- Senhora!!! Senhora!!! – Lucky correu até a
mãe de Bete, mas logo pôde confirmar o que já imaginava: para ela, era tarde
demais...
No entanto, ele sentia que para ele também,
pois estava fatalmente ferido.
Naquela mesma noite.
No bunker de Cottoneye.
Hunter acompanhava toda a movimentação dos
militares pelo seu computador. Estavam socorrendo os sobreviventes no local da
explosão (a base militar), contabilizando os estragos, resolvendo os problemas
criados. Também viu quando Nooa chegou em sua propriedade. Pelo interfone, mandou
que ele entrasse pela porta dos fundos. Hunter já sabia de tudo que tinha
acontecido na Área Especial da base: a fuga de Tuuli, de Max e de Anton. Como
explicaria isso para o Styrman, já que ele estava ali por causa da garota?
Assim que pisara no aeroporto de Riverview,
Nooa viu, nos noticiários das televisões ligadas lá, sobre o ataque à base
militar do país. Dessa forma, já chegou pressionando Hunter:
- Cadê minha irmã?
- Está segura. Onde está a lâmpada?
Nooa riu:
- Eu não estou para brincadeira, Hunter.
Ninguém vai me impedir de te encher de porrada se Tuuli não estiver aqui.
- Onde está a lâmpada? – Cottoneye repetiu a
pergunta.
- A base de vocês foi atacada. Onde está
minha irmã? – Nooa embrutou.
Então Cottoneye partiu para cima de Nooa e os
dois iniciaram uma violenta briga.
E apesar de ser um lutador dedicado, o jovem
Styrman não foi páreo para os anos de experiência militar do Líder Geral dos
Caçadores de Riverview. Nooa foi massacrado, apanhou feio; e Hunter pegou a
lâmpada dele:
- Finalmente! – Disse, esfregando a lâmpada.
Mas nada aconteceu...
- Onde está o gênio, Styrman? – Hunter
perguntou, cheio de raiva, dando um chute em Nooa e, em seguida, esfregando o
item mais uma vez. As runas e inscrições batiam com a original. Hunter sabia
que aquele era o item que procurara por tanto tempo. E, mesmo com os portais
para os mundos mágicos fechados, aquela lâmpada deveria funcionar, em tese.
- Eu... quero... a minha irmã, maldito! –
Nooa sentia o corpo todo machucado.
- Taverneiro incompetente! – Hunter guardou a
lâmpada, pois tinha esperanças de que ela pudesse funcionar depois, em algum
outro momento; e ele estava extremamente irritado: – Saia já daqui, Styrman!!!
- Eu só saio daqui com minha irmã,
desgraçado!!!
- Sua irmã fugiu da base. Ninguém sabe onde
ela está. Agora caia fora! Tenho coisas mais importantes para resolver por aqui!!!
– Cottoneye disse; e ele tinha certeza de que Nooa não tinha utilizado a
lâmpada, caso contrário, provavelmente já estaria com Tuuli e não teria ido até
ele.
- Se algo aconteceu com ela, eu venho atrás
de você! – Nooa ameaçou antes de finalmente sair dali.
Assim que entrou no carro, Nooa pegou o
celular. Só então viu as mensagens enviadas pelo número de Tarja, avisando-o
que ela estava seguindo Tuuli. A última delas dizia que a garota estava indo
para a Mansão Remington. Assim, diante dessas informações, ele ligou
imediatamente para Alessa:
- Alê, vocês encontraram o Ruivo? – Nooa se
referia à Kaarlo.
- Sim, estamos com ele e seu grupo aqui na
Taverna deles. – Ela respondeu.
- Minha irmã está na mansão Remington. Diga a
Kaarlo que Tarja, da equipe dele, seguiu para lá. Algo está acontecendo naquele
local.
- Então pegue a gente aqui, Nooa. Não vá
sozinho! – Ela disse, preocupada.
- Sinto muito, Alessa. Dessa vez não vou
esperar.
- Nooa! Você sabe o que acontece com as
pessoas quando se separam em filmes de terror! Não faz isso! – Ela disse.
Mas ele desligou. Odiava admitir, mas agora
estava preocupado não apenas com a irmã, mas com Tarja também. Não tinha
conseguido deixar de pensar nela um dia sequer.
No bar Taverna, de Riverview,...
- Mas que droga! Precisamos sair daqui agora!
– Alessa disse para o grupo ali. Ela e Léo tinham ido atrás de Kaarlo, a pedido
de Nooa, porque o Styrman acreditava que o ruivo poderia estar com sua irmã.
Por isso tinham se separado: Nooa foi entregar a lâmpada para Hunter; e os dois
foram para a Taverna.
- O que houve? – Léo perguntou, preocupado. Tanto
que deixou de lado a chateação com Nooa por esse ter deixado Akhenaten ser
morto.
- Tarja e Tuuli estão na mansão Remington.
Sabe onde fica? – Alessa perguntou para Kaarlo.
- Sim. É uma residência histórica na cidade.
– O Ruivo respondeu.
- Se eles estão lá, não vamos perder tempo! –
Aulis disse, coçando a barba e saindo com eles dali.
Foi então que Kaarlo recebeu a ligação que
esperava de um dos militares que estava sob seu comando naquela noite, pois
quando soube que Vadinho Simovitch tinha sido o responsável pela explosão da
base, Kaarlo mandou um grupo à residência dele:
- Senhor, encontramos os corpos de duas
pessoas aqui na residência dos Simovitch: o da Sr.ª Fátima e de um homem
chamado Lucky Perkins. A filha do casal, Bete, está desaparecida. No entanto,
achamos impressões digitais dela e do civil sumido: Daniel Wang. Além disso,
achamos cinzas, que acreditamos pertencer a algum vampiro, no quarto do casal,
onde estão os dois corpos.
As informações de todos civis da cidade
estavam protegidas do “Manto2” na Área Especial dos Caçadores. Por
isso os Caçadores locais ainda tinham como descobrir quem eram as pessoas
vitimadas pelas criaturas: porque se todos os registros físicos das vítimas
sumiam das instituições civis, não sumiam do cadastro dentro da base. Apenas
por isso eles sabiam da existência de Wang.
2 O Manto: é a magia que faz com que todos se esqueçam das vítimas dos
vampiros; até documentos e fotos com eles desaparecem, como se nunca tivessem
existido.
- Ok. Continuem as investigações no local. O
resto é comigo. – Kaarlo desligou. – Aulis e Onni, vocês vão agora dar uma
checada em um endereço, ok? Procurem por dois adolescentes lá: Bete Simovitch e
Daniel Wang. Eu e Martta seguiremos com Alessa e Leonardo para a mansão. Não
entendi ainda porque Tarja não nos avisou que estava indo para lá atrás de
Tuuli. Talvez ela esteja metida em problemas.
Mansão Remington.
Quando o portal foi aberto por Tuuli, Gunnar
mal conteve a emoção. Uma onda de energia se espalhou por todo o local,
atingindo toda a cidade, provavelmente todo o Mundo Sim. E apenas as criaturas
sobrenaturais sentiram esse poder que os libertava. Dessa vez Tuuli fizera tudo
da maneira certa. Dessa vez não houvera erros. Seu povo estava livre!
Assim, Gunnar observou cada passo da garota.
Desde o momento em que ela tocou aquela maçaneta até o momento em que entrou no
plano desconhecido por ele, mas no qual apenas ela, a sacerdotisa, podia entrar
(por enquanto). Ele já podia sentir seu poder sendo triplicado. A noite não
seria mais sua prisão. Finalmente estava livre!
Tuuli abriu a porta e sentiu-se em casa. Uma
bela estátua de uma fada encontrava-se em um recinto pequeno. Ela emanava uma
luz que envolveu a garota. Então ela ouviu uma voz em sua mente e a porta
fechou-se atrás dela.
- Bem-vinda, Tuuli! – A estátua sorriu. E a
Styrman não sentia medo.
E enquanto isso acontecia, Tarja, Max e Anton
entravam pela porta dos fundos da casa, sem fazer barulho.
- Ok. Eu e Tarja iremos por aquele caminho da
sala de jantar. – Anton disse.
- Alguém já falou para vocês que é burrice se
separar em terreno onde há inimigos? Nunca viram isso em filmes? – Max
reclamou.
- Não temos tempo, Max. – Tarja disse, séria.
- Tuuli está aqui e precisamos salvá-la. Sinto que os poderes das trevas estão
mais...
- Estão mais fortes. – Anton disse,
completando a frase dela. – Eu sinto o mesmo. Se quiser, eu vou sozinho e você
vai com Tarja, Max.
- Não. Eu sou o mais preparado de nós dois.
Eu me viro melhor só. Vão nessa. – Max respondeu, de boa.
E eles se dividiram.
Quando Tarja e Anton saíram da sala de jantar
e entraram em um outro recinto, viram Nina sentada em uma cadeira de balanço.
- Ora, ora, mas quem diria?... Intrusos na
casa. – Ela sorriu.
- Onde está Tuuli, criatura? – Tarja
perguntou, direta.
- Tuuli acabou de nos libertar do poderio de
vocês, malditos! – Nina sorriu. – A prisão uma vez criada por Heng já não
existe mais. O Portal mágico foi aberto.
- Do que ela está falando? – Anton não
entendia, mas Tarja tinha ideia do que ela falava, mas ainda não podia crer
nisso.
- Agora estamos livres e mais fortes,
Caçadores, para eliminar um por um de vocês! – Então Nina aproximou-se de
Tarja, numa super velocidade, e usou de seus poderes para deixá-la em transe.
Anton ficou tão assustado ao ver que, pela
primeira vez, os poderes de uma Inumana atingiam um dos Caçadores, que não
conseguiu reagir a tempo: Tarja estava atordoada, sem conseguir pensar direito,
sem ação.
- Agora, é sua vez de provar meus dentes,
querido! – Nina sorriu e, então, também com uma rapidez sobrenatural, utilizou
seus poderes para encantar Anton.
Mas assim que a Caliente se preparou para
morder o Caçador, Max surgiu na sala e correu para cima da Inumana, atacando-a
de surpresa, já que ela estava concentrada demais em Anton para tê-lo
percebido.
O golpe de Max foi rápido, certeiro e mortal.
Não era à toa que ele era considerado um dos melhores Taverneiros de Sunset,
sendo que o único que talvez lhe fizesse frente fosse Nooa.
- Tarja, Tarja!!! – Max a sacudiu, tirando-a
do estado de torpor. - Anton, cara! Ela te mordeu?
- Não, não! Mas foi por muito pouco! – Anton
estava bastante surpreso ainda.
- Ok, ok,... Eu estou bem... Estou bem. –
Tarja disse, também um pouco assustada. Nunca tinha sido vítima dos poderes de
um Inumano. Nenhum Caçador nunca fora! Não desde que Heng amaldiçoara aquelas
criaturas.
- Vamos! Temos que continuar! Há uma escada
ali na frente! – Max disse, sendo seguido pelos dois.
No entanto, assim que Max passou pela porta,
grades saíram das paredes e fecharam todas as saídas daquele aposento, deixando
Tarja e Anton presos no local.
- Mas que droga!!! – Tarja fechou a cara. –
Estamos presos aqui!
- Gente, sinto informar, mas até as janelas
estão fora de alcance. Deve haver uma maneira de nos tirar daqui, algum
dispositivo. – Anton falou.
- Isso decerto é para nos atrasar. Vocês vão
ter que segurar as pontas aí agora. Eu vou continuar e vou achar a garota, ok?
– Max disse, sendo logo interrompido por um barulho na porta da frente, que foi
forçada.
- MAX? – Nooa o olhou surpreso, após entrar.
– O que está havendo aqui? – E, no momento em que ele entrou na casa, a lua
cheia, lá fora, foi coberta pelas pesadas nuvens de chuva (era praticamente uma
tempestade agora), o que modificou a iluminação ali.
- E aê, Nooa. – Max falou, na dele. – Tarja e
Anton estão presos nessa sala.
- Escutem vocês dois! – Tarja disse. – Subam
rápido. Procurem por Tuuli. Eu e Anton procuraremos uma maneira de sair daqui!
- O Kaarlo, sua equipe e meus amigos estão
vindo para cá. – Nooa respondeu, até um pouco aliviado por Tarja estar
relativamente segura presa ali. Só não entendia o que Max estava fazendo no
local. Mas não queria explicações sobre isso naquele momento. Precisava achar a
irmã. – Vamos! Já olharam tudo por aqui?
- Já olhamos sim. Vamos subir! – Max disse.
Mas mal subiram as escadas, uma porta se
abriu, revelando uma nova vampira no local: Luísa Libros. Ela caminhava
tentando passar determinação, mas Max percebeu que hesitava.
Quando ela olhou para os dois e abriu a boca,
ambos tiveram certeza que era uma novata:
- E-e-eu não posso d-d-d-eixar que passem
daqui. – Ela disse com nervosismo.
- E como pretende nos parar? – Nooa já estava
pronto para acabar com a raça da garota, mas Max interveio:
- Você não quer brigar com a gente, certo,
baby?
Ela baixou a cabeça, se sentindo péssima:
- Ele vai me matar se eu não fizer o que ele
mandou! E se vocês o destruírem, eu também serei destruída! – Ela estava com
medo.
- É mentira! Você não será destruída! – Max
disse, tentando ajudá-la.
- Ah, não! Vai cair nessa, Max? Ela é uma vampira!
Isso é um truque!
- Como pode ter certeza? – Max fechou a cara.
- Faça o que quiser, cara! Eu vou atrás da
minha irmã! E se você tentar me impedir, garota, vai ser o seu fim! – O Styrman
disse, de cara fechada.
Nooa então correu para longe dali, na direção
de uma escada. Começaria sua busca do último andar para baixo. Mas ainda disse
para Max: – Depois que resolver seu problema com essa criatura maligna, olha
nos quartos aí! E, qualquer coisa, me chama! – Então saiu de vez dali, deixando
os dois sozinhos.
- Nooa Styrman,... Novamente nos encontramos.
– Gunnar estava diante do humano que atrapalhara, em outras vidas, seus planos.
- Quem é você, criatura? Onde está o Vampiro Antigo
que procuro? Cadê a minha irmã?
- Eu sou o Antigo que procura. Meu nome é
Gunnar. Ou Anders.
- Você... é o Antigo que matou minha mãe e
meu padrasto?... – Não parecia com a imagem que lhe tinha sido passada.
- Sim. Com uma nova aparência para evitar
Caçadores inconvenientes. Mas o que importa é: chegou a hora de resolvermos
nossos problemas.
Dias atrás, em Hidden Springs.
No Palácio Vanderburg.
- Markku, eu não sei como lhe agradecer por
ter trazido Francisca novamente para casa. – Sua Majestade Catarina,
descendente de uma longa linhagem real, estivera desesperada durante muitas
semanas, quando sua filha, a princesa Francisca, fugiu de casa, cansada das
obrigações reais e das cobranças para que encontrasse logo um pretendente.
Sebastian, o príncipe, também pensava em tudo, menos em se casar. Catarina já
não sabia mais o que fazer. Tinha sido ideia de seu marido, o rei Renauld, que era
a peça que ainda mantinha a família unida, que ela entrasse em contato com seu
irmão, o Sr. Styrman, que realmente conseguiu trazer a sobrinha de volta.
- Não foi uma tarefa fácil. – Markku
respondeu, sério. – Francisca não gosta daqui. Ela quer ter seu próprio canto,
sua própria vida.
A garota já se encontrava no Palácio
Vanderburg, os cabelos não mais pintados de preto e nem usando roupas para se
disfarçar, conversando, naquele momento, com o irmão mais velho, o príncipe
Sebastian.
Catarina se aproximou de Markku:
- Eu te agradeço, meu querido irmão! Mas que
tal conversarmos agora sobre você? – Ela perguntou, enquanto olhava as fotos,
em preto e branco, de onde a filha estava morando quando foi encontrada.
- Como quiser. - O Sr. Styrman a respondeu.
- Nossa filha parecia feliz, Catarina. –
Renauld disse, olhando as fotos também.
- Francisca tem família e tem obrigações. –
Ela respondeu, sem grosseria, mas direta. – Infelizmente, ou felizmente, uma
hora nossa linhagem nos chama às responsabilidades. – Ela disse isso olhando
para Markku.
- Bem, eu preciso voltar para Bridgeport. – O
Styrman disse. – Tenho negócios a administrar lá.
- Por favor, irmão! Ambos sabemos que você
possui pessoal qualificado para cuidar de qualquer eventual problema que
apareça em Bridgeport. E preciso conversar com você. – Ela disse, olhando para
Renauld, como que dando a entender que agora a conversa ali seria só entre os
dois.
- Eu vou ver como Francisca está. Se me
permitem,... – Renauld disse, saindo.
Os dois irmãos então caminharam em direção à
mesa de dominó que havia na parte de trás da casa.
E, uma vez sozinhos, a conversa teve início:
- Primeiramente quero dizer que sinto muito
pelo que houve com Katriina e Rikhard...
- Obrigado. – Ele agradeceu, educado; a
verdade era que não se importava; sua única preocupação agora eram seus filhos.
- E como estão Nooa e Tuuli?... – Catarina
assumiu um tom mais doce de voz, raro para ela.
- Eu não sei... – Markku respondeu com um ar
cansado e triste. – Os problemas estão me consumindo. Não tenho tido tempo para
meus filhos. E agora com essa história de me tornar o Imperador, isso está me
deixando louco.
- Fico feliz que já esteja aceitando a ideia,
irmão, pois não desejo sair de Hidden Springs. Se você recusasse e eu me
tornasse a Imperatriz, eu teria que ir embora daqui e você sabe que esse é meu
pedacinho de paraíso. – Ela sorriu. – Mas preciso lhe contar algo: recebi uma
ligação de Rose Rome, Markku. – Catarina disse, olhando-o séria.
- E o que ela deseja agora? Não já fiz o que
ela queria há anos? Nooa está na Organização Heng do jeito que ela disse que
tinha que ser.
- Markku, se você se lembra do ela lhe disse,
colocar Nooa na Organização seria necessário para que ele pudesse se preparar
para se proteger do mal sobrenatural que apareceria. E infelizmente isso não
envolve apenas Nooa, mas também Tuuli.
Então ele se levantou da cadeira, com raiva:
- Passei anos cuidando dos interesses da
Organização! Primeiro Nooa! Agora querem Tuuli também?!!!
- Por favor, Markku, você sabe que tudo tem
um porquê.
– Entenda: eu irei assumir o Trono Imperial,
já que a vontade de nosso senado, de nosso congresso e do referendo é que a
monarquia retorne ao Terceiro Império! Mas você sabe que não era isso o que eu
queria! Durante anos trabalhei sem distrações, na incógnita! Se não fosse meu
poder político e na mídia, quantos casos de Inumanos teriam sido relatados nas
televisões locais, hein? Diga-me! Minha vida é criar histórias falsas e
esconder a verdade, vivo para proteger os interesses dos Caçadores! E agora a
Organização Heng quer a minha filha? – Ele estava indignado.
- Markku,... – Catarina suspirou.
- Ela é uma Desperta?
- Ela é mais do que isso, segundo Rose Rome.
- O que quer dizer com isso?... – Ele olhou
preocupado para a irmã.
- Vá até a Pousada de Luxo Alto das Sequoias.
Eu instalei Rose lá. Ela saiu fugida de Barnacle Bay há uns dias. Ela lhe dirá
pessoalmente.
- Por que você mesma não me diz?
- Posso me esquecer de algum detalhe. Prefiro
que ouça diretamente da fonte. E então? Irá vê-la?...
- Sim. Irei agora. Até mais, irmã. – Ele beijou a testa dela
e saiu.
Pousada de Luxo Alto das Sequoias.
Markku Styrman estacionou o carro e entrou na
pousada. Tinha mudado pouco desde que fora embora de Hidden, anos atrás.
Dirigiu-se até o rapaz que estava no
bar/recepção do local.
- Bom dia, senhor! Deseja um quarto? Temos
uma suíte incrível com vistas maravilhosas de Hidden Springs!
- Bom dia. Eu desejo encontrar uma velha
amiga que está hospedada aqui: Rose Rome. Poderia chamá-la para mim?
- Não será necessário. – A voz de Rose se fez
ouvir. – Eu já sabia que estava vindo.
- Bom revê-la, Rose, apesar das
circunstâncias. – Ele levantou-se e foi até ela, cumprimentá-la. – Almoça
comigo?
- Claro. Será um prazer. Temos muito a
conversar.
Logo estavam saboreando o famoso Coquetel de
Camarão vendido no local.
- Alguns anos atrás, você me disse que Nooa
deveria entrar na Organização, assim poderia proteger a si mesmo de um grande
perigo que surgiria. Você não mencionou minha filha. Nem me disse que ela era
uma Desperta. – Ele falava com uma espantosa calma aristocrática.
- Ela não é uma “Desperta”, Markku. Tuuli é
mais do que isso. - Então ela o olhou, seriamente: - Descobri que ela é a
sacerdotisa Æsir dos vampiros.
Markku congelou ao ouvir isso.
- Isso não é uma lenda? Como pode afirmar
algo assim, Rose?
- Lenda?... – Ela riu. – Lidamos com “lendas”
o tempo todo, meu amigo! Daqui a alguns dias, ela abrirá o portal.
- Então fracassamos. Todos nossos esforços
foram em vão.
- A noite da abertura do portal será de
redenção, meu querido.
- Como pode dizer isso? Se Tuuli for mesmo
uma Æsir e abrir o portal, as criaturas estarão livres.
- Talvez as coisas simplesmente devam ser
assim. Assim como há humanos bons, há humanos ruins. Por que seria diferente
com as raças sobrenaturais?
- Catarina me disse que fugiu de Barnacle.
Não fugiria de algo bom.
- Sim. Fugi de um ser terrível, mas que ainda
pode ser salvo. E você sabe qual a fonte de todo esse mal, não sabe? Corann. Só
precisamos torcer para que o reinado dele chegue ao fim.
Agora, em Riverview.
Alessa colocou a mão na cabeça. O corpo todo
doía. Ela estava na água, ainda dentro do carro do Ruivo (Kaarlo), que estava
parcialmente submerso e cheio de lama. Então se lembrou da forte tempestade,
que começou de repente quando estavam a caminho da mansão Remington. Forçou um
pouco a mente. Lembrou também dos vultos que surgiram do nada na frente do
carro, na ponte. E então, Kaarlo perdeu o controle da direção. O carro caiu no
rio. E agora ela estava bastante ferida. Olhou para os lados, procurando os
outros. Onde estariam Léo, Kaarlo e Marta?... Saiu nadando das águas geladas.
Então não demorou a avistá-los.
Seres terríveis lutavam com eles. Alessa
então correu para perto. Não se importava com sua vida, mas com a de Léo
(principalmente) e as dos outros. Então foi com horror que reconheceu o tipo de
criaturas que os atacavam: eram Lupinos (mais conhecidos como “Lobisomens”).
- CORRE!!! CORRE DAQUI!!! – Leonardo correu
na direção dela, sendo perseguido por uma das criaturas.
Ela tinha lido sobre os Lupinos. Criaturas
que, séculos atrás, tinham sido dominadas pelos vampiros, através de um
poderoso artefato. Desde então, tinham sido usados contra grupos de Caçadores,
dizimando muitos deles. Mas quando o Caçador Heng fechou os portais, eles
ficaram sem poderes na Terra, ou limitados a agir apenas em seus mundos de
origem. E agora, depois de tanto tempo, com aquelas criaturas ali, Alessa entendeu:
o portal fora aberto. Corann estava livre. E agora alguém precisava detê-lo o
mais breve possível.
Uma Caçadora poderia lutar contra um vampiro,
sozinha, e sair viva. Mas nem um grupo de quatro Caçadores poderia lutar com um
único Lupino e sobreviver. E ali estavam três daquelas criaturas. Então ela
correu, chorando. Ela sabia que não havia chance. Léo e os outros estavam
condenados. E, naquele momento, ela não poderia se dar ao luxo de morrer com
honra. Alessa precisava chegar na Mansão.
Na Mansão Remington.
- Eu sei do Quadro de Nefertari. – Nooa falou
com raiva na voz. Tinha recebido uma ligação de Rose Rome pouco antes de chegar
em Riverview, onde ela lhe contou que teve uma visão e conseguiu enxergar a
imagem de Tuuli nitidamente em um quadro. Ela então pesquisou em seus livros
antigos sobre aquele objeto e descobriu sobre suas capacidades mágicas. - Fale
agora o que quer, criatura maldita! O que minha irmã tem a ver com tudo isso?
Gunnar riu dele:
- Bem, a uma altura dessas, não importará que
saiba a verdade. – Então ele olhou sério para Nooa. – Eu esperava o Despertar
de sua irmã. Ela é uma Æsir. Melhor do que isso: uma sacerdotisa Æsir! E é uma
pena que você realmente não faça questão de se lembrar disso. Quanto à Tuuli,
ela já abriu o portal mágico. A noite já não aprisiona meu povo. Agora é tarde
para “vocês”.
- Devo dizer que dessa vez você fez as coisas
da maneira correta, Gunnar. – Uma criatura surgiu na frente deles.
- Corann. Meu senhor! – Gunnar reverenciou o
líder dos Æsires.
- Então esse garoto é o espírito de Hákon. –
Corann avaliava Nooa.
- Do que estão falando? Eu vou acabar com
vo... – O Styrman disse.
- SILÊNCIO, CRIATURA IMPERTINENTE! – O líder dos
vampiros gritou.
E então Nooa não conseguiu se mover. Alguma
força o controlava.
- Estamos livres, Corann. Finalmente estamos
livres!!! – Gunnar sorriu. Falava sem subserviência, de igual para igual.
Poucos sabiam o que aquela liberdade significava para o nórdico. Eram séculos
de uma espera e um número sem fim de assassinatos para manter o portal Rhaluk vivo.
- Sim! Finalmente o dia nos pertence tanto
quanto a noite! Finalmente pude sair de onde eu estava preso! Finalmente temos
poder para dominar os Sim comuns e colocá-los sob nossa vontade novamente, pois
os mais fracos devem respeito aos mais fortes. Agora, mate Hákon, Gunnar.
Nooa ainda não conseguia se mover.
- Mas... O senhor disse que dessa vez isso
não seria preciso! Já conseguimos o que queríamos! Estamos livres! – Gunnar
falou sem alterar a voz, embora fosse visível a surpresa em suas palavras.
- Hákon estragou nossos planos quando a
garota Henrike descobriu Rhaluk. Hákon liderou os
Rebeldes contra nosso povo. Ele nos atrapalhou em todas suas reencarnações.
Então, eu ordeno que ele seja morto. E que a cada nova vida de Hákon, ele seja
perseguido e assassinado a partir de hoje! – Corann disse, com frieza e
determinação.
Então Gunnar baixou os olhos, o ódio subindo:
- Me condena a matar meu irmão em todas as
suas vidas depois de tudo que lhe fiz, Corann? Já conseguimos nossa liberdade.
Eu também quero ser livre! EU QUERO OS DOIS LIVRES!!! – Gunnar gritou, disposto
a se voltar contra seu líder.
“Irmão?
Esse cara foi meu irmão em outras vidas?!!”, Nooa ouviu aquilo espantado, “Isso só pode ser uma pegadinha!”.
- ENTÃO OUSA ME DESAFIAR???? – Corann gritou.
– Que assim seja! Não preciso mais de você, Gunnar. Você, a menina e Hákon
poderão finalmente ter a liberdade de vocês, pois vou matá-los agora!
Pouco antes,...
Daniel estava assustado. E Bete também.
Ele tinha levado a garota para a casa de
Perkins. Mas o garoto não tinha a mínima ideia do que fazer agora. A quem
recorreria? Lucky ainda não tinha voltado. E o que o impedia de voltar à casa
de Bete, e procurar por ele, além da menina, era o instinto de sobrevivência.
Poderia haver mais vampiros por lá.
Os dois estavam calados. Não disseram uma
palavra sequer um ao outro. Não havia o que ser dito. Essa era a verdade.
Então ouviram o som de um carro estacionando na
frente da casa e ficaram assustados.
- Quem parou aí fora? – Bete perguntou
baixinho para Daniel, com muito medo.
- Eu não sei. – Ele também estava alarmado. –
Eu vou ver quem é e você fica em silêncio aí, ok?
- Você tá louco? Não vou deixar você sair
daqui sem mim! Eu não vou ficar aqui sozinha! – Ela disse, quase chorando.
- Bete, confia em mim, ok?... Se algo
acontecer comigo, você é a única que vai saber quem fez qualquer coisa contra
mim! Fica aqui, ok?... Tudo bem?
Ela então assentiu, apesar de não ter gostado
nada do que ouviu.
- Você é Lucas Perkins, neto do Sr. Lucky
Perkins?... – Onni perguntou, arrumando sua blusa vermelha, assim que o garoto
abriu a porta do casebre, achando melhor abordá-lo usando a identidade falsa
que o rapaz estava utilizando.
- S-s-sim. – Daniel estava com medo de que
fossem vampiros, já que diferentemente de Perkins, ele não conseguia
enxergá-los.
- Você mora sozinho com seu avô, garoto? – O
barbudo Aulis perguntou.
- O que vocês querem? – Wang não confiava
neles.
- Podemos entrar? – Onni perguntou.
- Não. Meu avô não está e não quer estranhos
em nossa casa.
- Garoto,... Temos uma notícia ruim para lhe
dar... O Sr. Lucky Perkins não está mais vivo. – Onni disse, estudando as
reações do jovem.
Daniel ficou paralisado.
- Ele foi assassinado na residência dos
Simovitch, assim como a dona da casa. – Onni disse, sério.
- Ele... Ele morreu?... – Daniel segurava as
lágrimas. Aquele senhor tinha cuidado dele quando mais precisou, salvou os dois (ele e
Bete) daquela criatura. Wang estava sem chão.
Aulis colocou uma das mãos sobre seu ombro:
- Sabemos quem você é, Daniel Wang. Sabemos
que foi vítima de criaturas sobrenaturais. Só não sabemos como escapou delas.
Precisamos de respostas. E precisamos saber o que houve na casa dos Simovitch.
Bete está com você?...
Wang baixou a cabeça, profundamente arrasado.
Então apenas assentiu.
- Então vocês precisam vir conosco... Somos
Caçadores e vamos ajudá-los. – Onni disse.
Poucos minutos depois, os dois agentes saíam
com os dois jovens da casa e os levavam para um lugar seguro.
- Anton, nós vamos sair ali por cima! – Tarja
disse, após notar que, do andar de cima, era possível ver aquela sala onde
estavam.
- Hey! Boa ideia! Mas qual o objetivo de
prenderem a gente aqui onde nós podemos usar uma cadeira para subir e tentar
escapar do local?
- Deve haver mais deles por aqui. Nós quase viramos
jantar daquela vampira. Se não fosse por Max... Agora arrasta essa poltrona
para cá comigo! Você sobe primeiro e depois me ajuda a subir, ok?
- Vamos nessa!
Com dificuldade, equilibrando ainda outra
poltrona sobre a primeira, ambos conseguiram sair da sala onde estavam presos.
Andando o mais furtivamente possível,
começaram a procurar por sinais de mais vampiros, de Max e de Nooa por ali.
- Esse computador nem liga. – Anton disse,
baixinho.
- Esta porta leva a um banheiro. – Tarja
falou.
Anton seguiu então para uma porta que dava
para uma varanda coberta que levava a um quarto.
Tarja seguiu para uma área onde podia ver três
portas. Imaginou que deveria haver alguma outra escada por ali, além da que
estava obstruída por algumas pedras.
Foi atrás de Anton.
- Três portas ali na frente. – Ela disse.
- E ali é o quarto de Jasper Remington, o
antigo dono da casa. Encontrei até uma urna com as cinzas dele por lá. Agora tá
aqui comigo. Juro que achei que ele tinha sido enterrado.
- Sério que vc pegou a urna? – Ela fez cara de
quem não estava entendendo.
- Tem pó nessa urna. Se eu precisar jogar isso
nos olhos de algum Inumano, pode apostar que o farei!
- Pensando por esse lado, boa ideia! Agora
vem! Não podemos perder mais tempo!
Silenciosamente, cada um seguiu para uma
porta, tentando escutar alguma movimentação que denunciasse a presença de
alguém por ali.
À medida que se aproximava da escada pela qual
Nooa subiu, Anton conseguia ouvir vozes que vinham lá de cima. Avisou Tarja,
usando sinais. Ela, por sua vez, também escutava um barulho estranho que vinha
de um quarto ali.
Anton fez sinal para que ela esperasse um
pouco. Subiu, na ponta dos pés, para ver o que acontecia ali em cima. E o pouco
que viu o fez recuar.
- Não tem chances contra mim, Gunnar. Meu
poder é muito maior do que o seu! – Corann dizia. – Acabarei com vocês e
esperarei pelo retorno da garota! Então será a vez dela!
- Mais ações e menos palavras, Corann! – O nórdico
respondeu, enquanto protegia Nooa, que não conseguia sair da magia de paralisação
em que se encontrava.
“Mas que
droga!!! Estou perdendo toda a ação!!!”, Nooa pensava, mais frustrado por
isso do que temendo pela própria vida.
- Tarja!!! – Anton correu lá para baixo. – O
bicho tá pegando lá em cima, cara!!! – Mas, ao descer, não a encontrou ali.
Então abriu a porta onde ela disse que tinha
escutado algo. Era um quarto com duas camas. E ele a encontrou lá dentro,
desesperada, tentando tirar Max de uma câmara cheia de água.
- Rápido!!! Me ajuda aqui!!! – Ela disse,
tentando não gritar, assim que o viu entrar no aposento.
- Acho que consegui afrouxar isso aqui!!! Se
afasta que ele vai sair!!! – Anton disse.
Então os dois tomaram distância.
Max usou toda sua força e empurrou a porta da
câmara.
- Ok, cara. Ok, baby. O Max de vocês está bem.
Estou super bem. Obrigado. – Ele disse, estirado no chão, após pegar ar.
- Max, como foi parar aí? – Tarja queria
saber.
- Pessoal! Antes de qualquer coisa, eu preciso
lhes contar algo!!! – Anton precisava passar aquela informação logo. – Tá
rolando poderzão no andar de cima! Ouvi dois nomes: Gunnar e Corann! Bola de
fogo e tudo!!! E o Nooa está paralisado! Um vampiro cabeludo loiro parece estar
protegendo ele!!!
- Você está falando do Corann, o líder dos Vampiros?
– Tarja o olhou, assustada.
- O próprio! Ou pelo menos o que sobrou dele!
O cara é tão antigo que tá mais para múmia do que para os vampiros do jeito que
os conhecemos! – Anton falava rápido, nervoso. - Se subirmos agora, será apenas
para morrermos.
- Precisamos achar Luisa! – Max disse,
levantando.
- Que Luisa? – Os dois perguntaram juntos.
- A sanguessuga desgraçada que me prendeu
aqui! Ela teve a chance dela. Decretou seu próprio fim. E essa eu faço questão
de matar! – Ele disse, bem irritado.
- Pessoal, se o tal Gunnar for destruído,
Corann matará Nooa! – Anton disse, preocupado.
- Chega de conversa! Vamos ajudar Nooa e o tal
vampiro loiro contra Corann! – Tarja disse, já correndo dali para a escada.
Mas para surpresa dos três, mais pedras tinham
aparecido lá fora, fechando a aparente única passagem para o segundo andar.
- Precisamos encontrar outra maneira de chegar
até lá! – Tarja disse.
- Vamos encontrar Luisa! Antes de morrer ela
conta se há outro caminho que possamos usar! – Max disse, decidido a
encontrá-la.
Alessa sabia que os Lupinos estavam chegando.
Ela sabia que eles estavam farejando-a, caçando-a. E logo estariam ali. Então
correu o mais rápido possível. Se fosse para cair, pelo menos faria isso
ajudando Nooa. A imagem de Léo o tempo todo em sua mente. E ela afugentando
essa visão da cabeça, pois se pensasse nele nesse momento, no que tinha
acontecido, cairia, choraria, se desesperaria. E não podia fazer isso agora.
- Chegou tarde. Seus amigos já eram. – Luisa
sorriu.
A vampira acreditava que Gunnar tinha dado
cabo dos dois que ela tinha prendido naquela sala (no caso, Tarja e Anton). E tinha
certeza que Max já estava morto, afogado. – Agora, benzinho, é a sua vez. – Ela
sorriu, confiante.
- Corann. Finalmente! – Tuuli saiu do portal.
Ela estava diferente.
- A jovem Henrike. – Ele sorriu, com maldade
no olhar.
- Não. Mas para sua infelicidade, sei do que
está falando.
- A notícia é: você já fez sua parte. Não é
mais útil.
- Mas eu só estou começando! – Ela retribuiu o
sorriso. Então olhou para Gunnar. – Anders, o que houve com meu irmão? – Sua
preocupação era aparente.
- Paralisado.
- Então eu o libertarei. – Ela disse, soltando
uma magia em Nooa, enquanto Gunnar protegia os três de mais um poderoso ataque
de Corann.
Assim que se viu livre, Nooa abraçou a irmã
fortemente:
- Me desculpa, Tuuli! Eu nunca deveria ter te
deixado sozinha!
- Escuta, vocês podem conversar depois? –
Gunnar continuava tentando fazer com que não fossem atingidos pelos disparos de
Corann.
- Sobe, ok? Sai dessa área. É perigoso. A
gente conversa quando tudo isso acabar. – Ela disse para Nooa, rapidamente.
- Você vem comigo! Vem! Eu tenho algo que pode
nos ajudar. Ele não pôde trazer você de volta para mim, nem me levar até você,
mas elaboramos um plano juntos e vai dar tudo certo! Vem! – Nooa falou
apressado, querendo tirá-la dali.
- Não. Eu posso ajudar a resolver isso. – Ela
estava decidida. – Sai daqui, Nooa. Se ficar, vai me atrapalhar! – Seu tom de
voz carregado de aflição pela preocupação com ele.
Nooa olhou por alguns segundos para a irmã.
Seria perda de tempo discutir naquele momento, e ele estava confiante de que
conseguiriam sair daquela situação, pois ele também estava preparado. Também
faria sua parte. Dessa forma, não perdeu tempo, se dirigindo à escada que dava
para uma área mais elevada naquele grande salão.
Infelizmente, Corann também não estava ali
para brincadeiras. E ele não perdeu a oportunidade. Atingiu Nooa certeiramente
com uma bola de fogo.
- NÃOOOOOOOOOO!!! – A garota correu até o
irmão.
- MALDITO!!! – E Gunnar partiu para cima da
criatura.
Mas Corann, acertado em cheio, levantou
rapidamente e usou de seu poder de telecinésia para empurrar Gunnar para longe
e, com uma das luminárias, acertar seu coração, imobilizando-o.
- ANDERS!!!!! – Tuuli gritou por Gunnar.
- Ele ainda será punido, minha jovem, por ter
se colocado contra mim. Mas agora é a sua vez, menina. – Corann sorriu.
- Corann, vai pagar caro por tudo que fez!!!
- Será? – Ele deu risada. – Agora me mostre do
que você é capaz, criança!
Então Tuuli correu até ele, invocando um
poderoso feitiço de congelamento. Se conseguisse transformá-lo numa estátua de
gelo, depois só precisaria quebrá-lo!
Mas para espanto da garota, ele absorveu todo
seu poder... E então Corann riu ainda mais:
- Sabe o que me diverte? Sua arrogância em ter
achado que, por ter atravessado o portal, você conseguiria derrotar um ser tão
antigo como eu. – Ele sorriu. - Nada pode me destruir, “Tuuli”. Eu sou a
criatura mais poderosa na Terra neste momento. E você vai me divertir um pouco!
Quando Alessa despertou do transe em que
Luisa a colocou, estava presa na sala, com a vampira ao seu lado e aqueles três
Lupinos a sua frente.
- Mas o que...? – Alessa tentava entender
como tinha parado ali.
- Sabe,... Eu nunca poderia imaginar que
havia “esse” tipo de vida. Ou “não vida”, como achar melhor! – Ela sorriu. –
Agora eu sou poderosa. Controlei sua mente direitinho, não foi? Exatamente como
fiz com aquele babaca do seu amigo, o Max! – Ela riu.
Os três lobisomens olhavam com mais nojo para
Luisa do que com fúria para Alessa. Infelizmente, suas vontades eram comandadas
pela vampira. Eles decerto destroçariam ambas, se pudessem.
- Por que me faz perder meu tempo, criatura?
– O Lupino ruivo perguntou para Luisa, cheio de raiva por estar sendo obrigado
a estar no mesmo ambiente que ela. – Me deixe acabar logo com a Caçadora!
- Escuta aqui, pet, cala a boquinha que daqui
a pouco vou te entregar o ossinho! – Ela disse, se referindo à Alessa. E as
criaturas só não pularam sobre Luisa porque algo mágico as impedia, mas o olhar
delas passava toda a fúria sentida. – Antes de entregá-la para vocês, ela vai
me servir de janta também. – Ela sorriu por uns instantes, até notar que havia
algo errado na sala... – Aquela poltrona... Está fora de lugar. Por que está
ali?... – Então ela e os Lupinos olharam para cima.
- BANZAAAAAAAAIIIIIII!!! – Anton se jogou na
sala. Treinado como um Caçador, caiu de pé e jogou as cinzas do fundador da
casa nos olhos dos três lobisomens.
Praticamente ao mesmo tempo, Max quebrou um
pedaço da muradinha lá de cima e pulou também, pelo outro lado, para parar
atrás de Luisa.
E aproveitando a atenção conseguida pelos
dois, Alessa aproveitou a confusão para utilizar as ferramentas, da lareira
próxima, para soltar as mãos da corda que as prendiam.
- DESGRAÇADO!!! VAI PAGAR POR ISSO!!! – Um
dos Lupinos pulou sobre Anton, pronto para quebrar seu pescoço.
Mas logo o grito de Luisa foi ouvido:
- NÃO MATEM NINGUÉM!!! – A voz dela saía com
dificuldade, mas ela se fez ouvir bem. Max, que apertava o pescoço dela com
força, permitiu que isso ela conseguisse falar. Mais um pouco e ela
literalmente perderia a cabeça.
- Mais UM movimento deles e você já era, vampira!!!
– Ele dizia para ela.
- VÃO PAGAR PELO QUE FIZERAM COM LÉO E OS
OUTROS!!! – Alessa ficou de pé, finalmente livre.
- Onde abre a sala, Luisa? – Max perguntou,
forçando mais o pescoço dela, pois as grades ainda prendiam todos ali dentro.
- Quer saber? - Luisa repensou. - Você vai me matar de qualquer forma. Então, já que será assim,... – Ela
disse, com dificuldade. – MATEM TODOS ELES!!! – A vampira gritou para os
Lupinos.
Poucos minutos antes...
Nooa ouviu os gritos da irmã, que
inicialmente pareciam distantes. Então ele se forçou a abrir os olhos, tentando
se localizar. Mas bastou ver Corann sobre Tuuli, tentando enforcá-la com uma
mão, que se lembrou de tudo que estava acontecendo naquele momento, e também do
que precisava fazer!
[Continua na próxima segunda! :) ]
Hi, amigo
Simmer! Obrigada por acompanhar essa história!
Tenha uma ótima
semana! :)
Como não tenho
mais nem o TS3 instalado, e como essa história foi escrita há alguns anos, não
sei onde baixei, na época, todos os Sims e CPs (“conteúdos personalizados”)
utilizados. Mas que fique registrado aqui meu agradecimento aos criadores!
Thank to the creators! :D
Me lembrei de Mumm Rá, o de vida eterna.
ResponderExcluirEstou triste pelos Caçadores e por Lucky, mas não vejo a hora de Corann pagar por tudo o que fez.
Dea, é verdade!!! Huhauhuahuhauhuahuhaua... Lembra mesmo! xD E sim, sim... Infelizmente eles tiveram perdas (os Caçadores). E a morte de Lucky também foi bem triste. Ele praticamente se sacrificou para salvar Daniel e Bete. E sim! Vamos esperar que Corann pague por tudo que fez sim! Beijocas e obrigada pelo comentário!!! :D
ExcluirQuanta ação! Amei ❤
ResponderExcluirAnsioso pro final
Aêeeeeeeee, Leo!!! Muito feliz que você amou toda a ação!!! Obrigada pelo comentário!!! Beijocas!!! :D
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