Imperium - 14 - A Conversa

IMPERium 

Capítulo 14 – A Conversa

 

Resumo do Capítulo Passado:

Em Moonwood Mill, Kess Vanderburg e Vince Donadio matam as saudades; e eles ainda têm muito a contar um ao outro.

 

 

Em Moonwood Mill.

Manhã.

 

 

Kess e Vince se abraçaram forte, trocando inúmeros beijos apaixonados. Um com medo de perder o outro por conta das situações em que estavam envolvidos. Mas então ele se lembrou de dizer, preocupado:

 

— Olha só, Kess: se ouvirmos alguém batendo naquela porta, corre e te esconde no quarto, ok? Não quero problemas meus te perseguindo.

— Não vamos falar de problemas agora, vai... Eu só quero aproveitar o café-da-manhã que você fez e, depois, nós conversamos. Tudo bem?

— Mas se aparecerem aqui, você se esconde. — Ele temia que ela se tornasse alvo de Lunvik.

— Ok, eu me escondo. — E ela sabia que precisaria colocar o Colar do Disfarce para não ser reconhecida.

Então os dois finalmente se sentaram à mesa.

 

Focaram em se alimentar antes de iniciar a conversa séria que precisavam ter. E Kess ficou bem surpresa com os novos modos de Donadio. Ele atacava o prato como se não houvesse amanhã.

 

O rapaz inclusive se desculpou por isso. Explicou que desde que foi transformado em um lobisim, não conseguia se controlar em relação à comida.

 

E sentindo que ele estava constrangido com esse fato, Kess tratou de tranquilizá-lo; disse que estava tudo bem, que ele não se preocupasse com isso. E as palavras dela realmente o fizeram se sentir melhor.

 

Quando terminaram de comer, ela disse:

— Tu fez a comida, então eu lavo os pratos.

— Nada disso! Eu...

— Tá decidido, guri. Vai discutir com a patroa?

E os dois riram.

 

Então ele guardou as panquecas restantes na geladeira, enquanto ela levava os pratos à pia.

 

 

— Desculpa, Kess, eu não tenho uma lava-louça. Me colocaram aqui sem muitos confortos, como pode ver. Eu realmente gostaria de te ajudar e...

— Relaxa, Vince. Te dou minha palavra de que minhas mãos não cairão por estar cuidando disso. — Ela disse, de boa.

 

 

— Mas não vou mentir que eu posso me acostumar fácil contigo cuidando de mim. — Ele sorriu.

— Olha que eu te digo o mesmo, hein. Café feito por ti todo dia de manhã seria top. — Ela disse, feliz.

Depois de tudo limpo e organizado, foram se sentar para conversar.

 

 

— Vince, eu já sei que você é prisioneiro do Lunvik. Foi ele quem te transformou? E por que ele te prendeu aqui? — Ela perguntou, segurando o rosto dele com carinho.

 

— É... Fui transformado pouco depois que cheguei aqui. E ele me prendeu porque eu dei motivos; mas não quero comentar sobre isso porque não quero te envolver nessa situação toda, então, peço que não insista em saber. Mas te dou minha palavra de que vou resolver as coisas com ele e vou sair daqui para ficar contigo.

— Ok. E por que tu foi embora de Copperdale sem me avisar, sem me dizer nada? — Ela perguntou, um pouco magoada.

— Kess, eu saí de Copperdale com dois objetivos. — Ele começou a dizer, sem olhá-la: — Primeiro: eu queria vingança pela morte dos meus pais; segundo: eu queria te esquecer. Acabou que não consegui nenhum dos dois.

Eles tinham se conhecido em Copperdale, quando ela tinha 14 anos e ele tinha 16. Passaram um ano estudando na mesma escola e, quando ela tinha 15 e ele 17, Donadio foi embora da cidade e ela retornou à Hidden Springs.

Apenas no ano seguinte a jovem foi apresentada como uma Vanderburg, coisa que ele não soube que aconteceu, pois estava preso em Moonwood Mill, que ainda se encontrava nas brumas mágicas que ainda separavam aquela cidade do Quarto Império. Agora ela tinha 18 e ele tinha 20.

Ela ficou calada por alguns segundos, até que disse:

— Você descobriu o porquê de terem assassinado seus pais?

— Amore mio, é complicado. Eu realmente não gostaria de te meter nisso, Kess.

— Tarde demais. E é melhor eu saber por você, não acha?

Ele suspirou; era desse momento que ele tinha mais medo: da reação dela sobre o que ele contaria.

— Ok, Kess... Então: como você já sabe, meus pais foram assassinados por vampiros quando eu ainda era uma criança, ainda na época da Guerra dos Distintos. Por isso eu morava com meu tio na pousada. Ele era o responsável por mim e, com 11 anos, eu já caçava vampiros junto com ele. E tu sabe que, por conta disso, nem eu nem meu tio aceitamos muito bem quando o Rei Nooa tornou os sobrenaturais cidadãos; eu tinha 15 anos na época em que o Rei fez isso. Não sou contra o povo Merfolk nem os PlantaSims, mas vampiros? Eles deviam estar todos mortos! Eles são perigosos. Não se pode confiar naquelas coisas.

 

E Kess fez um esforço gigante para aparentar serenidade enquanto ele falava, pensando: “Espero que ele não surte muito quando eu contar que, como Rainha dos Sims Civis, tenho que lidar com Straud diretamente. Vou nem comentar que estava dançando com o vampiro esses dias.”.

— Vince,... os tempos são outros. São tempos de paz. Tu acha que teus pais iriam querer que tu ficasse focado nessa coisa de vingança?

— Com certeza meus pais não aceitariam que vampiros, depois de todos os crimes que eles cometeram, fossem aceitos como cidadãos em nossa nação.

Ela estava bem desconfortável com aquela conversa:

— E como tu pode ter certeza disso, Vince? A paz evitou mais mortes de todos os lados. Todos os lados foram perdoados por seus crimes para que a paz voltasse a reinar.

 

Então ele sorriu, com uma feição de quem estava se sentindo orgulhoso sobre o que contaria, apesar de que era aquele assunto que o atormentava sobre qual seria a reação dela, e disse:

— Porque, Kess, eu descobri que meus pais foram os principais fundadores do mais famoso grupo anti-sobrenaturais deste Império: o Combatentes pela Expurgação. Sabe quantos Sims Civis foram salvos das garras dos plasmassugas? Milhares. Meus pais foram heróis, Kess. Heróis. E não acho justo que vampiros assassinos tenham recebido o Perdão Real e que caçadores tenham sido criminalizados. Se ao menos Straud tivesse pagado, mas nem isso. Então, sim, eu quero justiça. Só isso.

E ela ficou calada, meio sem reação.

 

— Vem cá, amore mio. — E ele a puxou para o sofá, sorrindo. E então continuou: — Kess, injustamente o Rei Nooa proibiu e tornou crime ser um caçador de criaturas sobrenaturais, mas eu pretendo mostrar ao Regente dos Sims Civis que ele cometeu um erro. Eu farei com que os Combatentes pela Expurgação se tornem novamente os heróis que eram no passado. Nós expurgaremos os malditos vampiros de nossa sociedade. É o meu legado. E Nooa Windsor e Vlad Straud serão responsabilizados por todas as vítimas desses plasmassugas desgraçados.

E ao ouvir aquelas palavras, ela se desvencilhou dele, se levantou e se afastou, seríssima. E ele foi imediatamente atrás dela:

— Ow! O que foi, Kess?

 

— Vince Donadio, o sujeito conhecido como Necromante, do grupo Combatentes pela Expurgação, matou o Rei Nooa e todos os familiares dele. E na madrugada de ontem ele tentou matar a Rainha Maga Eva Miller, Regente dos conjuradores.

Donadio ficou estático, sem palavras; ficou realmente surpreso ao ouvir aquilo.

— A morte dos Baronis-Windsors aconteceu poucos meses atrás, Vince.

— N-n-n-não. Eu... Eu achei que o Rei Nooa estava vivo. E como saímos das brumas recentemente, não me inteirei sobre as notícias, sobre nada. — Ele estava chocado.

— Já que você descobriu essas informações sobre seus pais e os Combatentes pela Expurgação, você tem alguma ideia, alguma pista de onde podemos procurar por esse assassino? — Ela perguntou, séria.

 

Ele levou a mão à cabeça, se recompondo:

— Claro que não, Kess! Não tenho pista alguma. Como eu teria?

— Não é você que quer trazer de volta os caçadores para sair exterminando sobrenaturais por aí?

— Vampiros, Kess. Vampiros. Eu quero vampiros exterminados. Nada mais. Nada menos. — Ele respirou fundo.

 

 

— Vampiros são cidadãos no Quarto Império, Vin. Cidadãos. Se você matar um vampiro sem que tenha sido legítima defesa, você irá para o Corredor Final, Vin. Fi-nal. Entendeu?

— Então o Necromante tá na mídia? Tá todo mundo caçando o sujeito, é isso?

— Não sei. Descobrimos sobre o Necromante ontem de madrugada, e até onde sei, fora os Regentes, ninguém mais sabe sobre o ataque à Rainha Maga; na madrugada de hoje, eu estava na cidade de Monte Komorebi resolvendo as coisas para te encontrar; e, depois, eu cheguei aqui. Então realmente não sei como as coisas foram decididas. Ainda não sei se o Serviço Secreto Real está fazendo a caçada de maneira discreta ou se colocaram algo na mídia.

 

— Hmmm... Agora entendi como você me encontrou, o porquê de você saber sobre o Necromante, sobre o tal ataque à tal Rainha Maga... O motivo de você ter chegado aqui usando um colar mágico para não ser identificada... Você trabalha para o Serviço Secreto Real. Está trabalhando para essa monarquia nojenta que protege os vampiros. Quem é o novo Rei que virou escudo do Straud e que está protegendo aquele monstro? Quem é o novo Regente dos Sims Civis a quem você serve, Kess?

 

— EU sou a nova Regente dos Sims Civis, Vince. Eu sou a nova Rainha que faz parte da “monarquia nojenta” a qual você acabou de se referir. — E o lado Vanderburg dela estava muito mais magoado com as palavras dele do que o lado que recentemente tinha decidido abraçar sua nova posição monárquica no Quarto Império.

Ele então deu as costas para ela; parecia querer explodir ao ouvir o que ela disse.

 

— Vince, escuta: depois que você foi embora de Copperdale, eu tive que retornar à Hidden Springs, no Terceiro Império. Quando fiz 16 anos, minha família me apresentou oficialmente àquela sociedade: eu sou a filha mais nova da Rainha Catarina Vanderburg. Mas eu nasci aqui no Quarto Império, o que me deu o direito de ser coroada como a Rainha dos Sims Civis, poucas semanas atrás. É o meu dever proteger todos os cidadãos deste Império, Vince. Todos: civis, sobrenaturais e alienígenas.

Ele então respirou fundo mais uma vez, segurou a raiva, puxou-a bem para perto dele e disse:

 

— Kess Stene, você não está brincando comigo, está? Você não brincaria com algo tão sério, brincaria?

— Eu não brincaria sobre isso, Vin. Tu sabe disso. E meu nome é Kess Stene Vanderburg. Sinto muito não ter te contado antes, mas eu não podia. — Ela disse, séria. — E eu realmente sou a Rainha dos Sims Civis. Eu confirmei com o próprio Lunvik que você estava nesta cidade. Mas ele me disse que você causou muitos problemas a ele e que “apodreceria” aqui. Então eu decidi vir aqui para resgatá-lo. Vem comigo. Eu posso te esconder em um lugar seguro até resolver tudo com Greggorius.

 

— Kessinha, olha só: se eu for com você agora, vou te colocar em risco. Eu posso resolver as coisas com Greggorius e ficar livre. Eu prometo que vai ficar tudo bem, ok? Eu não tinha motivos para querer sair daqui, mas agora eu tenho: você. Eu vou conseguir minha liberdade e finalmente poderemos ficar juntos.

— E você vai esquecer essa história de Combatentes pela Expurgação?

— Quem são esses? — Ele perguntou e sorriu, como se já os tivesse esquecido, enquanto pensava: “Óbvio que não.”.

E Kess sabia que ele não esqueceria esse assunto, mas ela não queria discutir, mesmo porque não adiantaria. No entanto, a Vanderburg tentaria ficar de olho nele.

— E vai nos ajudar a encontrar o Necromante, Vin?

— Eu realmente não sei onde ele pode estar, Kessinha. Eu nem sabia que ele estava vivo. E, se eu me meter demais nessa história, podem me transformar em suspeito e já tenho problemas demais, não acha? Mas também não quero que você se meta, ok? Você certamente já deve ter muitas coisas para resolver por ser a nova Rainha. Deixe que o tal Serviço Secreto Real resolva isso. Promete que vai ficar fora do caminho desse assassino? Se ele matou o Rei Nooa, você pode estar na lista dele também. Promete?

— Ficar fora disso o quê? — Foi a vez de ela sorrir, como se estivesse confirmando que não se meteria nisso, enquanto pensava: “Óbvio que não.”.

Mas Vince sabia que ela não esqueceria esse assunto, mas ele não queria discutir, mesmo porque não adiantaria. No entanto, o Donadio tentaria ficar de olho nela.

E então os dois se abraçaram fortemente.

 

— Agora escuta, Kess, e não entenda errado. Por mim, você não saía mais de perto de mim, mas o quanto antes eu resolver as coisas com Greggorius, melhor.

— Pôxa, tá me expulsando? — Ela brincou. Na verdade, ela sabia que não poderia demorar ali.

— Nunca! Pelo contrário: quero adiantar as coisas para que eu possa ficar perto de você o mais rápido possível sem temer que algum lobisim apareça e se transforme em uma ameaça a você. À noite, eu vou te ajudar a sair discretamente daqui.

— Tudo bem, Vin. Eu realmente preciso voltar.

 

Então ele segurou com carinho o rosto dela e disse:

— Só mais uma pergunta, e muito importante, Kess: eu vou precisar bater em algum otário quando eu sair daqui?

Ela imediatamente entendeu a pergunta.

— Olha, Vin, acho que você deveria me dizer o que tá acontecendo então.

— Tu é só minha e eu sou só teu. É isso que tá acontecendo. Eu vou cortar meus contatinhos e tu vai fazer o mesmo. — Ele disse, direto, decidido.

Ela o olhou bem nos olhos e sorriu; a Vanderburg vivia um caso de amor e ódio com o jeito determinado dele.

— Roger*, Sir. — Ela disse.

— Roger? Quem é esse Roger? — Ele fechou a cara.

— “Copy that”, Vince!

— Ah, tá!

E os dois caíram na risada; e depois caíram nos beijos.

* “Sir” = Senhor. E na comunicação via rádio, as duas expressões mais usadas para se dizer “entendido” são “copy that” e “roger”. A maior diferença entre essas duas expressões é que “copy that” apenas indica que a pessoa recebeu a mensagem (algo passivo), enquanto “roger” indica que a pessoa irá seguir as instruções da mensagem (algo ativo).

 

 

 

Em Moonwood Mill.

Naquele mesmo dia, à noite.

 

Kess e Vince esperaram a noite chegar para sair da casa onde ele estava “preso”. Ele saiu primeiro e se certificou de que não havia ninguém que pudesse vê-la saindo dali; então deu o sinal e ela se afastou daquele lote, com ele seguindo-a à distância, discreto, para que não os vissem juntos.

 

Só se aproximaram um do outro quando já estavam bem adiantados na estradinha de terra que dava acesso àquela cidade. Ele usando a camiseta que tinha emprestado a ela mais cedo; ela com o Colar do Disfarce, claro, com o produto anti-faro de Selvadorada e com outra blusa dele. O lobisim sempre atento olhando para todos os lados e farejando tudo para que não fossem vistos.

 

O SimUber já estava esperando pela garota.

Eles tinham combinado de se reencontrar no local do primeiro beijo deles, em Copperdale, em alguns dias. Se ele conseguisse comprar um celular naquele meio tempo, já tinham combinado o que diriam para se identificar um para o outro; e ele tinha memorizado o número dela.

 

Se despediram com beijos de cinema, sob chuva fraca, prometendo que logo estariam nos braços um do outro.

 

E não muito depois, Kess estava se afastando de Moonwood Mill.

 

E assim que ela partiu e que Vince viu que o carro já estava distante daquela cidade, ele começou a correr na direção de sua “prisão”. Mas agora ele se sentia motivado. E precisava resolver muitas coisas, principalmente porque a última coisa que ele esperava era que logo Kess tivesse se tornado a Rainha dos Sims Civis; isso mudava uma parte de seus planos.

 

E ele também queria muito outras duas coisas:

 

“Primeiro: resolver as coisas com Greggorius. Segundo: acabar com a raça do Necromante. Espero que aquele desgraçado não esteja dormindo! Ele vai ter que me explicar muita coisa! O Plano não era matar o Rei Nooa! O plano era matar o Straud!!! E que p#rr@ deu nele para atacar a Rainha Maga? Ele quer ferrar com meus planos de trazer os Combatentes pela Expurgação de volta? E como aquele arrombado atravessou a névoa mágica e saiu das brumas antes de Moonwood Mill? Ele vai pagar caro por isso. Ah, se vai!”, ele pensou, irado.

 

Continua...

 

CRÉDITOS:

 

SIMS:

- Baixados da Galeria e, alguns, modificados.

 

LOTES:

- Disponíveis na Galeria, sob a ID SallyWinter.

 

OUTROS:

- Melhor gráfico para o jogo: by Simp4Sims;

- Mod para Melhorar a Jogabilidade com Lobisims: Carl's Better Werewolf Cheats Mod.

ATENÇÃO: lembre-se de sempre atualizar seus mods quando houver atualização no jogo.

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