Os Lancasters
ATENÇÃO!
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O Quarto Império
OQI – 21 – O Desperto
Crimes
Desvendados
Verão.
Som de flashes, vozes e câmeras ajustando foco. A Comissária-Geral
caminhou até o púlpito, com postura firme e tom solene:
— Boa tarde. Obrigada por estarem aqui. Convocamos esta coletiva para apresentar
a conclusão oficial sobre os crimes que abalaram o Quarto Império: o
assassinato do lobisim Vince Donadio, do Duque Don Lassen, a tentativa de
ataque contra a Rainha Vanderburg e o sequestro do ator Refaeli — ela disse,
séria. — Após meses de investigação, encerramos o caso. O responsável por todos
esses crimes foi um gnomo chamado Gnarag Grimmworm, que retornou à vida de
forma totalmente não esperada. Esse retorno ocorreu porque essa criatura
recebeu excesso de pó de fada, um fenômeno raro. — Ela respirou fundo e
continuou: — Esse indivíduo mostrou um nível de malícia impressionante. Para
despistar as autoridades, fez o Serviço Secreto acreditar que lobisims tinham
assassinado Don e que vampiros eram os responsáveis pela morte de Vince. Tudo
isso fazia parte de uma obsessão: montar uma “coleção” de vítimas influentes e
se tornar o personagem principal em um filme sobre seus próprios crimes, por
isso sequestrou o ator Nickollas Refaeli.
Murmúrios e flashes se intensificaram.
— Comissária, como o gnomo foi detido? — uma repórter perguntou.
E Sierra respondeu:
— Graças a um ato de coragem inesperado. O Gnomo estava escondido em uma
casa abandonada em Innisgreen. Dentro dessa casa havia uma cápsula de sono trancada,
onde um Sim dormia por anos. Como o gnomo não conseguiu abrir o módulo, apenas
entendeu que o ser dentro dele era seu prisioneiro mantido adormecido. No
entanto, esse homem despertou e, ao ver o ator Refaeli ser colocado sob um
feitiço de sono profundo, decidiu enfrentar a criatura em um combate corpo a
corpo. Na verdade, ele pensou em ir atrás de ajuda, pois poderia ser perigoso
enfrentar o gnomo sozinho, mas nos disse que mudou de ideia porque temeu pela
vida do rapaz caído no chão. Durante a luta, o gnomo foi nocauteado. Então o
homem que despertou pediu ajuda a um Sim que passava por perto, essa pessoa acionou
a polícia, que chegou rapidamente.
— Qual o nome desse herói? — Outro repórter perguntou.
— Ele prefere ficar no anonimato por enquanto — Sierra respondeu.
— O Gnomo ainda oferece perigo? — Mais um jornalista.
— Não. — Sierra disse, segura. — Após a captura, chamamos o Representante
do Povo Gnomo, o Sr. Glen Nhoam, que assistiu o interrogatório, onde a criatura
tentou até parecer mais inofensiva, mostrando como se aproximou de suas
vítimas. Então nós solicitamos que Glen realizasse o ritual para neutralizá-lo.
O criminoso foi revertido à sua forma original: um gnomo de jardim. Ele está
sob custódia, em um móvel de contenção na prisão de segurança máxima.
— Existe risco de outros gnomos voltarem à vida?
A Comissária respondeu:
— Não. Quero tranquilizar a população: esse fenômeno não voltará a
acontecer. Após a constatação do excesso de pó de fada, a Rainha Fada Titânia
Veranossonho e a Rainha Maga Minerva uniram forças e lançaram uma magia
permanente em todo o Quarto Império para impedir que qualquer criatura
inanimada volte à vida dessa forma novamente.
— Então podemos considerar o caso encerrado?
Sierra sorriu:
— Sim. Do ponto de vista policial e mágico, o caso está oficialmente
encerrado.
— E o ator Nickollas Refaeli? — uma repórter perguntou.
— Ele foi ouvido, deu seu testemunho e foi liberado. Retornou seguro a sua mansão.
Mais um jornalista levantou a mão:
— Comissária, o que mais pode dizer sobre o homem que deseja ficar no
anonimato e que capturou o gnomo? O que ele fazia dormindo em uma cápsula onde
o gnomo estava?
Sierra respondeu:
— Nós falamos com o homem, nós o identificamos e o levamos a seu lugar
seguro, onde ele irá se recuperar de tudo que passou. Quando e se ele decidir
falar com a imprensa, ele o fará em seu tempo.
E a conversa com o homem tinha sido realmente longa.
O rapaz que tinha despertado ainda estava bem desnorteado, pois tinha
acordado em um lugar desconhecido. Inicialmente ele tinha acreditado que tinha
sido sequestrado por alguém. Depois chegou a pensar que o “alguém” tinha sido o
gnomo. No entanto, os dois detetives na frente dele tinham as informações
corretas sobre sua situação:
— Do que você se lembra? — o detetive que usava um chapéu de cowboy perguntou.
— Eu... — Ele forçou um pouco a memória, que ainda não estava de volta
integralmente. — Cresci entre uma fazenda em Chestnut Ridge e uma casa em Nordhaven,
com meus pais. Estudei em Britechester. Tornei-me médico. Ia abrir minha
clínica quando... um acidente quase tirou minha vida, duas semanas antes. Então
meus pais pagaram um conjurador para recuperar meu corpo de forma mais rápida...
Fui colocado em uma cápsula de sono imbuída com poder mágico curativo e que
abriria apenas quando eu estivesse totalmente recuperado. No entanto, quando acordei,
eu e a cápsula estávamos em outro lugar, não na casa dos meus pais em Nordhaven.
— O que aconteceu foi que a casa de seus pais foi assaltada. Levaram
muitas coisas e, entre elas, sua cápsula. Depois disso, eles se mudaram de
forma definitiva para Chestnut Ridge. Os bandidos que levaram a cápsula não
conseguiram abri-la e a abandonaram na casa que foi, posteriormente, ocupada
pelo gnomo. Isso aconteceu quinze anos atrás. Você dormiu por quinze anos.
— Não pode ser. — Ele abaixou a cabeça, desnorteado. — Como isso pôde
acontecer?
— Innisgreen ainda estava nas brumas. A Rainha das Fadas, Titânia
Veranossonho, cooperou com a investigação. Através de magia viu quem eram os
ladrões e... eram Gnomos. Felizmente, eles já não estão mais entre nós.
— E meus pais? Como estão?
—Um dos nossos carros o levará até a fazenda em Chestnut. Isso evitará
que você seja visto e perturbado por repórteres. Além disso, sinto muito dizer
isso, mas... seu pai, o Sr. Colt Lancaster, ele morreu há seis anos.
O homem levou as mãos ao rosto, arrasado.
— A polícia agradece por sua bravura — disse Sierra.
O homem também agradeceu a ajuda dos policiais e pediu mais uma vez que seu nome e identidade permanecessem confidenciais. A última coisa que ele queria, naquele momento, era a atenção da mídia.
Som de vozes se sobrepuseram, câmeras dispararam. A comissária ergueu a
mão pedindo silêncio:
— É isso. Agradecemos a compreensão e a colaboração de todos. O Quarto Império está seguro novamente e declaro esta coletiva encerrada. Obrigada.
Mark Dalton: — Nossos
repórteres trabalharam incansavelmente para trazer novas informações sobre o
homem que derrotou o gnomo. Como sabemos, ele passou quinze anos em estado de
sono profundo, mantido por magia, dentro de uma cápsula especial. Além disso,
seus pais adotivos o acolheram quando ele ainda era um bebê. A investigação
revela que ele é, na verdade, filho biológico do Rei Greggorius Lunvik,
soberano dos Lobisims, com sua falecida esposa, Avelina. Após a morte dela,
Lunvik confiou a criança, que não puxou os genes de Lobisim, aos cuidados de sua babá, Marie Lancaster, que mais
tarde a adotou junto com o marido, o falecido Colt Lancaster. Uma fonte
policial, que preferiu não se identificar, afirmou que o desperto guarda uma
semelhança impressionante com o lendário herói Vince Donadio. E não é
coincidência: eles são primos. O nome dele? Dean Lunvik.
Naquela mesma noite, em Innisgreen
Chestnut Ridge.
Fazenda da família Lancaster.
O reencontro de Dean com sua mãe Marie Lancaster foi emocionante. Os dois se abraçaram e choraram juntos. Infelizmente, o pai de Dean, Colt, não estava mais entre eles. Tinha sido atacado por um coelho selvagem e partiu havia seis anos.
Na sala, os dois se sentaram e colocaram a conversa em dia. Por toda a casa era possível ver fotos do casal e de Dean quando era uma criança. Quando adolescente, ele não era muito de cliques.
— Querido, você é
assunto em toda a mídia. E já descobriram que seu pai é o Rei Lunvik.
Colt e Marie nunca
esconderam de Dean quem eram os pais biológicos dele.
— Você e Avelina são
minhas mães. Avelina não teve a chance de me criar e por isso eu a respeito.
Ela se foi. Mas o meu pai é o Colt. E sempre será assim — ele disse, triste
pelo Sr. Lancaster não estar mais ali. Então se atentou a um detalhe dito por
Marie: — Espera. Você chamou Lunvik de Rei?
— Sim. Ele é o Rei dos
Lobisims, cuja terra é Moonwood Mills.
— E o Rei dos Sims Não-Sobrenaturais, ainda é o Rei Nooa Windsor?
Os antigos Rei Nooa Windsor e a Rainha Marcela Baroni Windsor
— Oh, querido, tantas
coisas mudaram. Infelizmente o Rei Nooa Windsor e a esposa dele, a Rainha
Marcela Baroni Windsor, foram assassinados alguns anos atrás. Na época, a
antiga Rainha Maga, Eva Miller, chamou a princesa de Hidden Springs, do
Terceiro Império, Kess Vanderburg, que tinha nascido aqui, para se tornar a
Imperatriz de nosso mundo, o que aconteceu. Mas recentemente Kess se tornou a
Rainha dos Seres Não-Sobrenaturais. Não temos mais imperadores. Mas muitas
coisas aconteceram, muitas! Inclusive um grande inimigo foi derrotado por um
grupo de heróis que inclui Kess e seu falecido primo, Vince Donadio.
— É... Os policiais me
disseram que o gnomo o matou...
Um silêncio pesado
tomou conta do ambiente, até que Marie disse:
— Querido, não se
preocupe. Ele está feliz no Mundo Espiritual. Ele sempre será lembrando com
carinho por todos cidadãos daqui.
— Eu realmente perdi
muito durante todo esse tempo dormindo...
— Não se preocupe, filho.
Vou lhe contar tudo que aconteceu. Mas vamos comer antes. Preparei Fritada
Chinesa de Frango assim que me avisaram que estavam lhe trazendo de volta. E
amanhã sairemos para comprar um celular novo para você.
Ele fez que sim, ainda
confuso com todas as novidades.
E ela o puxou para irem jantar. Arrumou a mesa, serviu suco e colocou os pratos na mesa.
O jantar foi longo,
pois havia muitos temas para a conversa.
Marie explicava inúmeros acontecimentos que ele tinha perdido. Dependendo do assunto, ela sorria, se chateava, ficava triste, mudava o tom de voz, gesticulava um pouco. Ela dava vida a tudo que falava. Era muito expressiva.
E Dean, mais quieto, apenas escutava com atenção e fazia muitas perguntas. Às vezes ele apenas parava e a observava, pensando em todo o tempo que tinha perdido longe dela. Ah, se na época em que ele sofreu o acidente a magia estivesse como atualmente! Tudo teria sido resolvido de uma forma mais rápida. Ele nunca precisaria ter ficado naquela cápsula.
Mas conversando com Marie,
ele agradeceu ao Grande Prisma por ter acordado a tempo de estar novamente com
ela. Além disso, agora tudo que queria era aproveitar o tempo e colocar seus
projetos para frente, de onde tinha parado.
Mal tinham terminado de comer, sua cabeça então doeu forte. Sabia que era efeito do retorno brusco.
— Querido, você
precisa descansar.
— Eu sei, mãe. Eu
farei isso. Mas eu quero ouvir mais.
E ele fez questão de colocar
os pratos, talheres e copos na máquina.
Em seguida, ele e
Marie se sentaram para tomar um chocolate quente. A noite estava muito bonita,
o clima estava ótimo. E eles se mantiveram conversando, até altas horas da
madrugada.
Marie contou que havia
dois rancheiros que cuidavam da fazenda, todos os dias. E que ela alugava o
estábulo para os dois cavalos da Rainha dos Sim não-Sobrenaturais. Os cavalos
eram Oreo, o branco, e Rocky, que foi vendido à Rainha pelo ex-namorado dela, o
Lorde Markus Akell, pois ele e a família dele se mudaram para o Terceiro
Império.
— Inclusive ela vem
amanhã para participar do campeonato de Hipismo na cidade. Depois que
comprarmos o celular, podemos ir lá assistir.
— Com qual cavalo ela
sairá? Será que ela me empresta o outro?
— Capaz. Ela é um doce
de pessoa. Ah, e todos dizem que ela e Vince eram apaixonados um pelo outro.
— Por que dizem isso?
E por que os dois não ficaram juntos?
— Ninguém sabe.
Aparentemente tinham mais divergências do que convergências.
— Vai ser legal
cavalgar novamente. Espero realmente que ela me empreste um dos cavalos.
— Com certeza,
querido, agora, vamos dormir?
Os dois se levantaram.
Ele cuidou das xícaras. Depois, deram um forte abraço de boa noite.
— Vai na frente. —
Marie sorriu. — Quando você era adolescente, se mudou para o quarto de
hóspedes, e suas roupas e seu velho computador ainda estão lá. Mas vá tomar um
banho e dormir, ok? Você precisa descansar depois de tudo que aconteceu.
— Tudo que eu não
queria era ter que dormir ainda mais, mas realmente o sono está me pegando. —
Ele sorriu.
— Boa noite, mãe.
— Boa noite, filho.
Durma bem, querido.
Dean emocionou-se ao entrar ali quinze anos depois. Ele precisou de alguns minutos parado para se estabilizar. Em seguida, foi tomar banho e escovar os dentes para dormir.
Ele mal podia esperar para acordar novamente.
Dia seguinte
Cedo.
Dean acordou cedo
apesar do cansaço. Dormiu pouco. Ele se vestiu, tomou um copo de leite. Viu na
geladeira um aviso de sua mãe, dizendo que ela tinha preferido não despertá-lo
e foi sozinha ao shopping de Magnolia Promenade.
Então ele foi cuidar dos cavalos, ajudar na jardinagem junto com um dos rancheiros e, em seguida, resolveu pescar um pouco.
Foi quando a Rainha
Kess Vanderburg chegou, acompanhada de um de seus seguranças. E ela ficou
chocada ao ver como Dean realmente parecia com Vince. Nash, Chefe da Segurança
Real, a tinha avisado que o homem que derrubou o gnomo, a criatura responsável
pela morte de Vince e de Don, estava na casa da Sra. Lancaster, onde ela
mantinha seus dois cavalos.
Kess caminhou até ele:
— Dean... Lancaster?
O rancheiro, Allan
Severo, sorriu ao vê-la:
— Rainha Kess,
bem-vinda!
— Obrigada, Sr.
Severo!
Dean e Kess se encararam
por um momento. Ele tinha imaginado a Rainha com uma imagem totalmente
diferente da realidade. Pensou que fosse uma mulher idosa, muito mais velha. E
a Vanderburg ficou chocada com o fato de ele ser tão parecido com Vince. Mas Donadio
tinha olhos azuis. E Dean tinha lindos olhos verdes.
— Bom dia — ela disse
educadamente, quebrando o silêncio entre eles.
Dean respondeu com um
aceno de cabeça:
— Vossa Majestade veio
para a competição de cavalos, certo? — ele perguntou, tentando parecer casual.
— É... isso — ela
respondeu, a voz saiu um pouco trêmula, abalada pela semelhança. — Mas pode me
chamar apenas de Kess. Se quiser, claro.
E Dean franziu a testa
um pouco ao notar a inquietude disfarçada dela. Ele não sabia o que fazer, mas lembrou
do que sua mãe lhe dissera, sobre a semelhança entre ele e Vince.
Então ela falou:
— Desculpe, eu... eu estou
realmente indo ao torneio, mas também quero agradecer por você ter derrubado o
gnomo. Ele matou pessoas com as quais eu me importava muito.
A expressão dele se
suavizou. Ele não esperava por isso.
— Não precisa me
agradecer — ele disse, com a voz mais baixa. — Quando notei que se eu não
fizesse isso, o tal do ator poderia perder a vida, não pensei... só agi. — Então
ele olhou para os cavalos e mudou de assunto: — Eu costumava cavalgar... — falou
quase baixinho. — Antes... bem, antes de eu sofrer o acidente e ser colocado na
cápsula. E quinze anos é muito tempo sem sentir o vento no rosto. — Ele olhou
para ela e deu um meio sorriso — Você tem dois cavalos aqui... Posso
acompanha-la até a cidade?
Ela finalmente sorriu:
— Fica à vontade. Pode ir com o Rocky.
O meio sorriso de Dean
se tornou sincero, por um segundo. Agora era um sorriso caloroso, do tipo que
fazia as pessoas confiarem nele sem saber por quê.
— Agradeço — ele
disse, indo em direção ao cavalo. Então olhou para ela após montar: — Mostre o
caminho, Majestade — ele falou, despreocupado. — E não se preocupe. Tentarei
não a ofuscar diante de todos os seus súditos. — Brincou, com um brilho nos
olhos.
— Vou falar com meu
segurança. Ele seguirá com o carro e me aguardará na cidade — ela disse,
parecendo mais tranquila.
— Boa ideia. — Dean
acenou rapidamente com a cabeça. — Vou esperá-la mais à frente.
Ele se ajustou na sela, flexionando os dedos em volta das rédeas, e então seguiu para uma área apenas um pouco mais afastada de forma que ela pudesse conversar com o guarda-costas.
E surpreendentemente para
os dois, já que tinham acabado de se conhecer, foram o caminho todo
conversando.
Mas a medida em que se
aproximavam do centro da cidade, Dean sentiu seu estômago revirar, com uma
mistura de apreensão e expectativa. Ele dormiu, alheio ao mundo, por quinze
anos. Muita coisa havia mudado, e isso era ao mesmo tempo emocionante e
assustador.
Eles então pararam em
frente ao local onde o torneio aconteceria.
Dean expirou,
alongando os ombros:
— Que bom — ele disse
baixinho, mais para si mesmo do que para ela. E então sorriu: — Acho que quinze
anos não apagaram como se senta numa sela. — Ele olhou para Kess. — Então, do
que se trata essa competição? Saltos? Corridas?
— Não gostaria de assistir?
Um lado dele queria
entrar, ver o torneio, continuar a boa conversa com ela. Mas ele viu uma
paparazzi se aproximando, ao longe, e tudo que ele não queria era chamar
atenção naquele momento.
— Eu adoraria, mas...
— Ele fez uma pausa, procurando uma desculpa. — Preciso... hã, falar com o
xerife local. — Parecia ridículo até para seus próprios ouvidos, mas o que ele
poderia dizer? “Fiquei congelado por quinze anos e agora tem um abutre com uma
câmera que pode acabar tirando fotos minhas?” Não, definitivamente não.
— Oh... Ok. Eu entendo. — A verdade é que Kess ficou um pouco desapontada com a resposta, ainda mais com aquela desculpa claramente esfarrapada. — De qualquer forma, obrigada, de verdade, por ter sido o responsável por pegar o gnomo. E obrigada também pela companhia. Diga à Marie que mandei um grande abraço e que agradeço por ela cuidar de meus cavalos na fazenda de vocês.
Dean se arrependeu
imediatamente do que disse, principalmente depois de ouvir que ela estava
mandando um abraço para sua mãe.
— Claro — ele disse
rapidamente. — Sem problemas. — Deu um pequeno sorriso, tentando manter um tom
casual. — Tenho certeza de que ela vai gostar. E obrigado por me deixar montar
um dos seus cavalos um pouco. Foi... legal. — Ele passou a mão pelos cabelos. —
E... hum, boa sorte com a competição. Não que você precise, tenho certeza de
que você se sairá muito bem.
— Obrigada. Foi um
prazer conhecê-lo — ela disse, educada e sincera.
Os dois se olharam por
alguns segundos, então, quando ele viu que ela iria entrar no local, ele disse,
de supetão:
— Ei, espera! Antes de
ir... — As palavras saíram apressadas. Ele não sabia por que, mas algo o fez
sentir vontade de manter contato com ela. — Posso... pegar seu número? — ele perguntou,
um pouco sem jeito. — Ainda não tenho um celular, mas posso memorizá-lo agora
mesmo.
Ela não estava acreditando muito que ele conseguiria se lembrar do número dela, mas o passou para ele, que assentiu, memorizando o número.
— Obrigado. — Dean disse,
genuinamente grato. — Vou me lembrar. — E deu-lhe um sorriso. — Agora vá
aproveitar a competição. E, ei... boa sorte. Estou torcendo por você.
— Obrigada. — Ela
sorriu.
E a paparazzi se
aproximou, batendo fotos dos dois.
Ela então seguiu para o torneio e ele cavalgou mais um tempinho pela cidade.
Ele repetia mentalmente o número dela, para não se esquecer. Os pensamentos dele em tudo: tinha acordado, tinha derrotado um gnomo maligno, tinha descoberto que quinze anos tinham se passado, descobriu que seu pai adotivo tinha morrido, sua mãe tinha feito um resumo dos acontecimentos no Império e ele tinha conhecido aquela linda regente que foi parte da história amorosa de seu falecido primo. Tudo estava bem confuso em sua mente, mas apesar disso, havia uma coisa da qual ele tinha certeza: queria ver Kess Vanderburg novamente.
CRÉDITOS:
SIMS:
- Baixados da
Galeria e, alguns, modificados.
- Gnarag Grimmworm: “Evil Gnome”, by Vyo4.
LOTES:
- Disponíveis na
Galeria, sob a ID SallyWinter.
- Casa: “Palomino Ranch”, by MissPink87, reformada por mim.
Obrigada a todos criadores e a você, leitor!
Thanks to all creators and
readers!
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